sábado, 14 de janeiro de 2017

Fifa e CBF negociam acordo para liberação de US$ 100 milhões


A Fifa negocia com a CBF um acordo para que cerca de US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 316 milhões, na cotação atual) sejam enviados pela entidade para projetos no País, mas sem passar pelas mãos dos cartolas brasileiros. O valor era uma promessa que a entidade havia realizado depois da Copa de 2014 e serviria como "legado" do Mundial. Mas com o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, indiciado nos Estados Unidos, a Fifa congelou qualquer repasse ao Brasil.
Em dezembro, uma delegação da CBF viajou a Zurique para tratar do tema. Os projetos da entidade foram apresentados. Mas o grupo não conseguiu desbloquear os recursos que há mais de dois anos estão congelados em contas na Suíça.
Agora, a sugestão que está sobre a mesa é de que a Fifa aplique o dinheiro, sem passar pelos cartolas brasileiros e da forma que quiser no País. Assim, os recursos não entrariam na contabilidade da CBF e nem teriam qualquer relação com Del Nero. A proposta vai ser estudada pela Fifa.
Advogados envolvidos no caso revelaram ao Estado que o principal obstáculo para o repasse via CBF era a presença de Del Nero na presidência da entidade. Nos EUA, a entidade máxima do futebol ainda tenta provar que foi vítima de cartolas e que não é uma organização criminosa. Mas, para isso, precisa romper qualquer tipo de relação com as pessoas indiciadas ou detidas.
Del Nero é acusado de corrupção e de ter recebido propinas em troca de acordos comerciais. Se deixar o Brasil, ele seria detido e extraditado para enfrentar um julgamento nos Estados Unidos.
Na avaliação dos advogados, se a Fifa fizer a transferência de US$ 100 milhões para Del Nero, pode minar sua própria defesa diante dos tribunais norte-americanos. Mas tudo isso pode ser contornado com um modelo em que a Fifa aplicaria diretamente os recursos no Brasil.

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