quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Um troféu, dois campeões: Chape e Atlético Nacional reforçam a união

Plínio de Nes, presidente da Chapecoense, ergue troféu da Copa Sul-Americana com Daniel Jiménez, do Atlético Nacional (Foto: Divulgação/Conmebol) 

Quando chamado ao palco para receber a taça da Copa Sul-Americana, Plínio de Nes Filho, presidente da Chapecoense, sentiu que aquele momento precisava ser dividido. Com todos que se foram na tragédia. Com as famílias das vítimas. Com quem está reconstruindo o clube. E com quem possibilitou aquele prêmio: o Atlético Nacional. Plínio ergueu o troféu com Daniel Jiménez, diretor de gestão humana e representante do clube colombiano no sorteio da Libertadores desta quarta, e endossou o discurso de união com a Colômbia e com o continente.
– Esse troféu que recebemos é o troféu da solidariedade. Troféu de um comportamento de seres humanos que entendem que o futebol é realizado nas quatro linhas, mas fora dele existe algo maior que tudo isso, que é o respeito ao adversário, a homenagem na hora certa. Por isso fiz questão que o Daniel (Jiménez) viesse conosco, dividisse essa honra que eles nos concederam. Nós entendemos que esse troféu é de gesto, é de solidariedade. Por isso, vamos honrar esse troféu na montagem da nossa equipe procurando equipe muito competitiva. Nunca esquecendo as famílias que se foram, serão sempre as nossas famílias. Agora vamos agregar àquelas famílias mais 25 outras que chegaram – ressaltou Plínio, após a cerimônia.
Antes do evento na Conmebol, os dois dirigentes receberam um documento de um Conselheiro de Assunção, Orlando Sánchez, para que a capital paraguaia se tornasse cidade-irmã de Chapecó e Medellín. Em toda sua passagem por Assunção, Plínio de Nes recebeu inúmeras manifestações de apoio, solidariedade e gestos simbólicos dos clubes que estiveram presentes. Daniel Jiménez espera que o exemplo dado por Chape e Atlético Nacional provoque mudanças no futebol sul-americano.

– Foi muito emotivo. Difícil conter as lágrimas naquele momento (abraço em Plínio). Esperamos que tenhamos abrido um precedente para que o futebol carregue valores positivos e que todas as equipes tomem novas atitudes. Sabemos que sem o rival não há futebol, mas se é um rival, não significa que somos inimigos. Esperamos que isso sirva para que as equipes entendam isso – disse o dirigente verdolarga.
Troféu e 42 medalhas para a chape

A Chapecoense leva para a Arena Condá, além do troféu da Copa Sul-Americana, mais 42 medalhas pela conquista do torneio. O clube ainda não definiu se os itens serão entregues às famílias dos jogadores e membros da comissão técnica que foram vítimas na tragédia. No momento, a diretoria se preocupa em enaltecer a memória deles.

– Me despedi deles na segunda-feira em São Paulo (antes do voo) e todos estavam muito alegres, felizes. Partiram para fazer o que mais gostavam. E muito especial, porque jamais tínhamos imaginado ter chegado tão rapidamente a esse estágio. Esperávamos chegar, mas ao longo do tempo. Tudo foi agilizado por uma tragédia, infelizmente, mas eles foram felizes. Tenham certeza disso, que eles nos olham e estão sorrindo – resumiu Plínio.

Chapecoense e Atlético Nacional vão se reencontrar na Recopa Sul-Americana. As datas das duas partidas não foram divulgadas, mas há uma possibilidade de que os confrontos ocorram já em fevereiro. O jogo de ida seria em Chapecó, e a volta em Medellín. Na Libertadores, os colombianos estão no Grupo 1, com Estudiantes, Barcelona-EQU e um classificado da fase prévia, que será Botafogo, Colo-Colo, Olimpia, Deportivo Municipal ou Independiente del Valle. A Chape está no Grupo 7, com Nacional-URU, Lanús e Zuliá.

Fonte:globo.com

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