segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Workshop Legados da Copa 2014











O primeiro dia do último mês do ano foi marcado com um dos eventos mais relevantes sobre a Copa do Mundo. No Workshop Legados da Copa 2014, que teve como slogan a frase “A Copa 2014 já tem um campeão: o povo baiano”, o futebol teve um merecido descanso e a pauta foram as questões sociais


Duas horas após o credenciamento, que se iniciou às 8h, o Coordenador de Promoção e EventosMárcio Lima, ali fazendo as vezes de mediador, urgia aos ouvintes que tomassem seus lugares para finalmente principiar a cerimônia.

Secretário da SECOPANey Campello, saudou as cerca de 180 pessoas no salão do Hotel Fiesta, no bairro Itaigara. Dentre os ilustres convidados à mesa de abertura, pode-se destacar a Coordenadora do Centro Interdisciplinar de Gestão Social para o Desenvolvimento da UFBA, professora Tânia Fischer e a cantoraMargareth Menezes.
Escola Pracatum juntou seus percussionistas para dar as boas vindas mais uma vez com aquela batucada baiana.
Campello apresentou a Rede Social Copa 2014, um projeto que busca otimizar essa interação da SECOPA e outras secretarias do Governo com os representantes de diversos setores da comunidade baiana. “Estamos aqui pra entrar em campo e jogar junto com vocês”.

Segundo o secretário, o foco de sua equipe não é apenas a parte estrutural e logística do Mundial, mas sim tentar ser “geradora de legados”. O objetivo é, afinal, “ganhar a Copa e ganhar com a Copa. Não podemos esquecer de que isso é privado, é algo organizado pela FIFA, nós seremos o palco disso tudo. É um acontecimento passageiro, mas nós também podemos tirar proveito disso, e é por isso que reuniões como esta são importantes”, disse ele, mencionando, posteriormente, a intenção dos responsáveis de realizar outros encontros como aquele para avaliarem o que foi cumprido e o que ainda falta fazer.

Quando foi anunciado o coffee break, muitos foram os que saíram com suas sacolas e mochilas. Poucos não retornaram, mas os aplausos foram unânimes tanto para Tânia Fischer quanto para Margareth Menezes.

Fischer arrancou sorrisos discretos no começo de sua palestra sobre Gestão Social e Desenvolvimento ao afirmar que seguiria os passos do secretário, optando então por uma abordagem menos acadêmica e mais afável às têmporas do público, em grande parte composto de gente com formação educacional regular ou simplesmente satisfatória, mas cuja tenacidade e capacidade de compreensão em nada deviam a diplomados.

Usando uma peça de roupa feitas à mão por costureiras do interior baiano, a professora deu inúmeras dicas aos políticos presentes sobre como se poderia ajudar a essas pessoas esquecidas, não através de um assistencialismo banal mas dando-lhes melhores espaços e condições de trabalho. Dessa forma, o próprio turista poderia andar pela cidade e comprar o verdadeiro artesanato baiano, ao invés de simulacros made in China (ou made in São Paulo ou made in Pernambuco).

musa do Axé e do Movimento Negro, por sua vez, pôs-se a discursar sobre odevido aproveitamento dos produtos culturais do Estado durante a Copa. Enfatizou que também nessa área de Cultura e Entretenimento se deveria ter um preparo e estruturação adequados.

Margareth Menezes contou sobre suas apresentações durante os intervalos das exibições dos jogos no ano passado, na África do Sul. Tudo era cronometrado e falhas não eram esperadas (falhas no som, por exemplo, como as que perturbaram o começo do workshop e explicitadas pela própria artista nesse momento).

Ás 13h um generoso almoço foi oferecido. Por volta das 14h30 boa parte dos que saíram ainda conseguiu regressar ao salão para a primeira rodada de perguntas e respostas (e várias colocações).

Dentre as dúvidas, uma destacou-se: o que se pretende fazer com os idosos que já cotidianamente são ignorados. Ney Campello e Tânia Fischer, cada um à sua maneira, proferiram a palavra de ordem que retumbou por todos os cantos, em todas as etapas: qualificação.

O secretário disse ainda, vale ressaltar, que além da rica gastronomia baiana, sempre um dos principais atrativos turísticos, há planos de aumentar a visibilidade da chamada “comida natural”, para os que têm dieta alimentícia que escapa um pouco à caça às carnes.

Mara Moraes, chefe de gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, foi a primeira a mostrar as iniciativas de seu departamento e o que mais pretendia alcançar até 2014, tudo em 15 minutos.

Secretaria de Cultura veio em seguida personificada na figura de Beth Rangel.Martha Rocha, da Secretaria de Educação, fez uma breve introdução do que já foi feito e do que está por vir, resgatando o termo qualificação e ampliando-o, observando que os ex-atletas participariam de programas com esse fim.

Rocha explicou ainda a diferença entre Qualificação Profissional e Educação Profissional: esta eleva a escolaridade dos alunos e aquela não, apenas o habilita a determinada função.

Lilian Rosa, da Secretaria da Promoção da Igualidade Racial (SEPROMI), discorreu sobre o combate ao preconceito contra os negros; Milton Barbosa, da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE) deu sua contribuição com explanações acerca de Economia.

Rita de Cássia Magalhães, da Secretaria do Turismo, brincou dizendo que iria falar em apenas 10 minutos, “porque o coffee break é mais importante”. Entretanto, bastante concisa (e usando os 15 minutos inteiros), pontuou que não só a capital será contemplada nas ações para promover as belezas naturais destas bandas.

Passados os 10 minutos desse intervalo, ficara mais evidente o número de desertores pelos vastos assentos desocupados. Por conseqüência, os aplausos ainda eram audíveis, mas não tão impactantes.

Ironicamente, era chegada a hora não só de se responder às perguntas, como de serem ouvidos os tais representantes da Sociedade Civil, mediante inscrição para se manter uma ordem frente ao púlpito.

O povo parecia ter entendido que, no fim das contas, não é o Governo que tem de bater às portas dos milhões de habitantes, o essencial é tanto fiscalizar os políticos e cobrar deles, como também ser resiliente o bastante para aguentar, em meio a atrasos escusados, quase 12 horas de debates e propostas do interesse coletivo


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