terça-feira, 21 de julho de 2020

Nadador paralímpico constrói a própria piscina com plástico e troncos


Sem poder treinar por causa do isolamento imposto na Argentina devido à pandemia do novo coronavírus, o nadador paraolímpico Sebastian Galleguillo improvisou uma piscina no quintal de sua casa em Florencio Varela, cidade nos arredores de Buenos Aires.
Com pedaços de plástico, troncos, um tanque velho, dois tambores de metal e a ajuda de seu pai pedreiro, Galleguillo construiu sua piscina e a encheu com 400 litros de água. “Ele estava meio deprimido, chateado. Então, decidimos montar a piscina. Pergunto se ele não está com frio e ele diz ‘não, papa, está ótimo’”, conta Edmundo Hernandez, pai do nadador de 18 anos.
Assim como nos melhores complexos esportivos e academias, a água da piscina de Sebastian também é aquecida, mas neste caso pelo calor emitido pela madeira que é queimada em um tambor de metal.
O jovem atleta integra a equipe de nadadores surdos da Argentina e vinha treinando para participar da Olimpíada para deficientes auditivos que será realizada no Brasil em 2021. Segundo ele, não foi fácil ficar longe da água.
“Eu disse para a minha mãe ‘quero voltar a treinar porque estou começando a ficar rígido, estou perdendo a mobilidade no meu corpo, perdendo a flexibilidade no meu ombro, no meu quadril. Treinar fora da água não é o mesmo que dentro. Na água, você tem um toque diferente, é uma sensação. É como escrever todo dia e você começa a escrever melhor’”, contou Galleguillo à Reuters.
“Ao nadar sou um, sou completamente eu. Lá, não dependo da minha audição, estou na água e preciso apenas do meu corpo para treinar”, disse ele, que promete dificultar a vida dos adversários na Olimpíada para surdos. “Quando eu conseguir meu tíquete para o Brasil, isso vai me fazer muito feliz, e essa felicidade vai me deixar muito mais entusiasmado e ativo. No momento da minha primeira prova no Brasil, serei um pesadelo [para meus rivais], darei tudo de mim”, completou.

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