Uma nova pesquisa divulgada pelo jornal O Globo, em parceria com o Ipsos-Ipec, jogou luz sobre um cenário já conhecido, mas ainda desconfortável para os clubes nordestinos: a força das torcidas do Sudeste na região.
No levantamento, o Flamengo aparece como líder absoluto no Nordeste, com 25% da preferência popular, deixando para trás torcidas tradicionais como Bahia e Vitória.
A realidade evidencia um desafio antigo dos clubes locais: conquistar espaço em meio à presença histórica de gigantes como Flamengo, Corinthians e Palmeiras.
O Rubro-Negro carioca domina com folga, seguido pelo Corinthians (9,2%) e Palmeiras (9%). O Bahia, clube nordestino melhor colocado, aparece apenas em quarto lugar, com 7,4%. O Vitória surge na oitava posição, empatado com o Ceará, ambos com 2,5% da preferência.
A presença da dupla Ba-Vi entre os dez primeiros é simbólica, mas também escancara o abismo em relação aos grandes do Sudeste. No mesmo ranking, aparecem ainda o São Paulo (7%), Sport (4,9%), Vasco (3,1%), Fortaleza (2,3%) e Santa Cruz (2,1%). Até mesmo a Seleção Brasileira figura com 1,4%.
Maiores torcidas do Nordeste:
Dupla Ba-Vi tem torcida fora da região
Bahia e Vitória ainda figuram entre as 12 maiores torcidas do Sudeste, com 0,3% da preferência cada. O Esquadrão também aparece no recorte do Norte e Centro-Oeste, com 0,6%.
Os dados refletem o esforço de clubes como o Bahia em se projetar nacionalmente nos últimos anos — agora reforçado com o aporte do Grupo City —, mas ainda mostram que o caminho para rivalizar com os gigantes do Sudeste na base de torcedores é longo e exige investimento, identidade e títulos.
Nordeste é território “misto”
Segundo a pesquisa, 61% dos torcedores da região preferem clubes de fora do Nordeste, o que representa uma inversão quase exata da realidade do Sul do país, onde 62% optam por times locais.
Esse padrão reforça o fenômeno dos chamados “mistos”: torcedores que apoiam tanto um time da cidade onde vivem quanto um gigante do Rio ou de São Paulo.
No Nordeste, essa dupla identidade é bastante comum, o que favorece a hegemonia dos clubes do eixo Rio-São Paulo.
Em estados como Maranhão, Piauí e Alagoas, por exemplo, é comum ver camisas do Flamengo ou do Corinthians nas ruas com mais frequência que as de clubes locais.
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