sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Após mais de cinco anos do "Ba-Vi da Paz", fim de torcida única no clássico é debatido na AL-BA

 


Um novo capítulo na história dos Ba-Vis começou a ser debatido nesta semana. Uma audiência pública na Assembleia Legislativa, na terça-feira (12), tratou de uma possível volta de torcedores rivais nas partidas entre Bahia e Vitória, condição que está restrita há mais de cinco anos.

A Comissão de Desporto, Paradesporto e Lazer, presidida pelo deputado Bobô (PC do B) - ex-jogador e ídolo do Tricolor -, reuniu dirigentes de clubes de futebol, ex-atletas e representantes da Polícia Militar e do Ministério Público estadual (MP-BA).

“São dois times no campo jogando, e nós queremos as duas torcidas acompanhando e vibrando. O estádio de futebol é pacificador. Mas quando a gente segrega, cria mais rivalidade. É importante trazer esse assunto para que gerações futuras tenham socialização", defendeu o deputado.

A torcida única foi adotada em 2017, quando a CBF acatou a recomendação do MP-BA depois de um Bavi no dia 9 de abril daquele ano, na Arena Fonte Nova. Cerca de uma hora após a partida do Campeonato Baiano, torcedores brigaram em um posto de gasolina próximo ao estádio e uma pessoa foi morta a tiros.

Em fevereiro de 2018, as duas torcidas voltaram a se encontrar depois de seis jogos restritos sem ocorrências graves. A partir disso, a ideia do retorno da participação dos torcedores visitantes ganhou força e, no primeiro clássico daquele ano, a partida foi realizada com torcida mista, também pelo Baianão.

No entanto, aquele que deveria ser lembrado como o "Ba-Vi da Paz" ficou marcado por uma briga generalizada, nove jogadores expulsos e um fim precoce no Barradão. Desde então, a torcida única voltou aos estádios nos clássicos baianos.

O que disseram os clubes?

Na audiêcia, o presidente do Vitória, Fábio Mota, afirmou ser a favor da torcida mista, e revelou que o clube tem investido em tecnologia para apresentar melhores condições de realização de grandes eventos. “Hoje a gente precisa se aliar aos equipamentos de tecnologia. Nós temos reconhecimento facial em todo o nosso estádio. Deveremos inaugurar isso em até 20 dias. Inclusive, vamos colocar à disposição da PM.”

Já o vice-presidente da Associação do Bahia, Vitor Ferraz, pregou cautela sobre o fim da restrição. Ele lembrou o atentado ao ônibus do Tricolor, em fevereiro de 2022, e cobrou a adoção de medidas que possam garantir segurança. “O que foi feito para que nós, atores nesse processo, possamos ter a tranquilidade para decidir pelo retorno da torcida mista? Nós vamos nos responsabilizar por isso?”

Segundo o presidente Federação Bahiana de Futebol (FBF), Ricardo Lima, antes que ambas as torcidas possam compartilhar as arquibancadas, vários fatores devem ser levados em conta. “Não vamos ter pressa. Isso passa por um processo socioeducacional. Foge ao futebol. Somos a favor da alegria do futebol, mas primeiro somos a favor da preservação do ser humano”, afirmou.


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