terça-feira, 10 de julho de 2018

Pós-Copa: baianos confiam na Seleção Brasileira, mas exigem mudanças

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A eliminação do Brasil da Copa do Mundo de 2018, após perder de 2 a 1 para a Bélgica, balançou novamente a confiança do torcedor, que ainda não engoliu o vexame dos 7 a 1 no torneio de 2014. Contudo, pelas ruas da capital baiana, moradores mantêm as bandeiras estendidas, ruas e postes pintados com as cores do Brasil. Muitos baianos afirmam que continuam apoiando a Seleção Brasileira, mas exigem mudanças na equipe.
Morador da Rua Alegria do Castro Neves, no Matatu – uma das bem produzidas para acompanhar o torneio mundial, com direito a asfalto pintado com a bandeira do Brasil e tudo -, Wellington Brito, 34, contou à nossa equipe de reportagem o que ocorreu com ele e muitos outros torcedores ao longo da competição: a confiança na Seleção era mínima, mas foi aumentando com o passar das partidas.
“Só comecei a dar ibope depois da partida contra o México, que vi um jogo bom. A esperança havia sido reacendida. Como o último que morre é a cultura, e a cultura do brasileiro é ter esperança, voltei a confiar no Brasil. Acho que jogamos muito melhor, porque a Copa passada foi uma vergonha. A Seleção foi bem, deu uma levantada depois de tudo. Aqui na rua, mesmo com a derrota, teve muita festa”, contou em entrevista à Tribuna da Bahia.
Da mesma opinião compactua o motorista Adriano de Jesus, 46. Ele, por sua vez, apesar de admitir a melhora da equipe, integra o grupo de brasileiros que pedem mudanças efetivas. “A Seleção não é só um jogador, é um conjunto. Temos muitos meninos daqui do país, com fome de bola, querendo mostrar futebol. Mas só querem pegar esses que jogam em time de fora, achando que é o bom. Tem muito cara na Seleção de sapato alto, porque joga no Barcelona, aí quando vacila não gosta de ser cobrado”, analisou.
A cobrança é quase a mesma da estudante de engenharia eletrônica, Samily Fontes, 24. “Não pode jogar só em torno de Neymar. Lembro que antes tínhamos Ronaldinho, o Fenômeno, Cafu, Kaká. Sempre tínhamos muitas estrelas. Nessa Copa mesmo pudemos ver outras pessoas se destacando, que a mídia não fala, como Coutinho e o próprio Firmino. Acho que Tite fez um bom trabalho e tem que continuar, mas tentando melhorar a equipe. Sinceramente, tivemos jogadores que não fizeram absolutamente nada, como Gabriel Jesus. Faltou rotatividade  com os reservas, faltou bons jogadores, que no Brasil tem”, afirmou.
“Não minto que melhoramos, mas nunca cheguei a acreditar realmente no hexa. Estamos melhorando, mas ainda longe de jogar àquele futebol. O futebol que marcamos em todos os países. Qualquer seleção aí tinha medo de enfrentar os brasileiros. Quem sabe um dia a gente possa retomar esse posto, mas não consigo ver isso acontecendo agora”, disse o técnico em enfermagem, Rodolfo Santos, 32.

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